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A polêmica em torno do projeto da deputada estadual Luiza Maia (PT) que tem objetivo proibir o poder público de contratar artistas cujas músicas desqualificam as mulheres foi notícia no Fantástico deste domingo (31). O projeto divide opiniões. Os artistas baianos, autores das “pérolas” que na opinião da deputada denigrem à mulher e incentiva à violência, são contra e as mulheres apóiam. 

Mas ficou claro na entrevista feita nas ruas de Salvador, que boa parte das mulheres sequer escutam as letras das polêmicas músicas. O que importa segundo as entrevistadas é o ritmo. Luiza Maia por sua vez, condena as letras mas reconhece a alegria do pagode e garante que é pagodeira e também sabe quebrar.

Os músicos não concordam com o projeto lei e argumentam. De acordo com Robson Costa, vocalista da banda Black Style, tudo não passa de uma brincadeira. “As mulheres interpretam de uma forma assim, como uma brincadeira, sabe? Zoar uma da outra. É sempre uma brincadeira de dançar e de coreografar”, acredita.
As letras são consideradas maliciosas e, algumas, carregam duplo sentido. Um exemplo é a letra “Foge, foge, mulher-maravilha. Foge, foge com o superman”, da banda Leva Noiz, eleita a melhor música do Carnaval de Salvador deste ano.
Para André Ramon, vocalista da Leva Nóiz, as músicas transmitem alegria para o público. “A maldade está na cabeça das pessoas, porque o intuito da gente não é levar maldade para as pessoas, e sim alegria”, defende-se.
A professora Bárbara Souza acredita que tais letras causam um prejuízo à imagem da mulher na sociedade. “São ofensivas e colocam a mulher em uma condição de objeto”, reflete. Para o empresário Mário Pereira, o estilo já está arraigado no comportamento dos baianos. “O pagode, queira ou não queira, é a cultura da Bahia”.
O antropólogo Roberto Albergaria afirma que ‘músicas apimentadas’ são tradições antigas do país. “Desde o tempo do Brasil colônia que a música, os ritmos populares, sempre foram muito erotizados. O pagode reproduz isso em Salvador da mesma forma que o funk reproduz esse tipo de sensibilidade no Rio de Janeiro”, compara.
Segundo a assessoria de imprensa do artista, o cantor Márcio Victor, da banda Psirico, não quer comentar o assunto com referência à letra da música “Chupeta”.
Fonte: G1

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